Quem mora em São Paulo e gosta de arte, sabe quem são os artistas que estão sempre deixando sua marca pelos muros, painéis e galerias da cidade. Guilherme Kramer é um desses caras. Em todos os cantos da cidade há um pedacinho de Guilherme Kramer. E como demoramos tanto tempo para tê-lo em nossa fachada? Não sabemos, porém o que importa é que ele está aqui, para nosso orgulho, colorindo a nossa fachada de número 108.
Rostos de todos os tipos, olhares angustiados, alegres, curiosos, felizes e tristes. Milhões de detalhes. É possível ficar horas observando o trabalho de Guilherme e sempre há uma novidade, cada vez que se olha de novo, se percebe um novo detalhe.
“São pessoas que vejo na rua ou que imagino” diz ele.
Durante muito tempo grande parte do trabalho do artista era feito em preto e branco. Recentemente Guilherme vem dando chance às cores. Uma explosão de cores, diga-se de passagem. Nossa parede foi pintada de cabo a rabo, não sobrou nenhum espacinho em branco. Tudo feito no spray.
Sua fascinação pelas multidões resulta em estudos das massas em diferentes contextos. São a tradução de dias passados em transportes públicos, festivais populares, manifestações e outros grandes encontros.



Fotos: Mariana Smania/@pipoca.co @smaniawho
Guilherme nasceu em São Paulo e já realizou exposições individuais e coletivas pelo mundo afora incluindo Hong Kong, Shangai, Lisboa, Barcelona, Roma, Bogotá, Berna, Açores, Paris e em diversas cidades brasileiras. Confira nosso papo com o artista:
Tardei, de Rodrigo Amarante. Enquanto ninava minha filha Nara.

Eu rabisco compulsivamente desde pequeno. Minhas lembranças são de 5 anos de idade. Eu me lembro que na garagem de casa tinha um chão escuro e eu rabiscava tudo com giz, depois apagava e preenchia de novo. Eu sempre tive essa vontade de riscar os espaços.

E o interessante foi que a arte, meu desenho e pintura me ajudou e explodiu pra fora quando perdi meu pai em 2005, minha expressão artística foi minha gruta, meu refúgio. Fazia todo o sentido eu fazer aquele trabalho
Seria difícil citar uma pessoa. Muita gente que passou pela minha vida, algumas que já se foram, outras que estão comigo até hoje. Quando eu tinha uns 16 anos, meu pai me deu dois livros velhos dele para eu ler: Admirável mundo novo e A ilha de Aldous Huxley, depois mais tarde li outro dele, Moksha, um livro que conta sua experiência com a mescalina e o LSD. Ler esse escritor, naquele momento, me marcou muito.
Não muito, uso o digital mais para tratar alguma foto ou fazer montagem em algum projeto. Gosto mesmo é de matéria, de tinta, de superfície.
No Brasil temos essa vibração, esse entusiasmo maravilhoso. Isso se passa muito quando estamos pintando aqui. As conversas, os olhares e até os gritos são parte integrante do processo de pintura de rua aqui. É livre e mais intenso pelas ruas do Brasil. Já no exterior, nos países que passei, as pessoas são mais contidas, demoram mais para interagir, mas quando acontece o contato daí flui legal. Aqui o caos é mais intenso, eu gosto!
As cartografias faciais, as histórias que levamos conosco, as cicatrizes e marcas de nossas expressões. O brasileiro é um povo expressivo por natureza, cada pessoa tem um país, um estado ou uma cidade em seu rosto. Adoro observar, imaginar e recriar essas expressões. Muitas vezes perco o fio da meada viajando no jeito e forma com o qual a pessoa se comunica.
Pintar a muralha da China com minha multidão, seria um desafio.
Sim, faz parte da troca, é quando a minha arte toca o cotidiano das pessoas, e pra mim isso é muito especial.
A loja fica em uma esquina, eu adoro esquinas! Foi muito intenso e fluido. Esquina é lugar de encontro, de espera, de pausa. Coloque tudo isso em uma rua como a Augusta! Não tinha como não ser uma experiência e tanto!
Lançamos 2 versões da arte feita na fachada aplicada no bolso da camiseta.

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Aproveite para prestigiar.
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