Conhecido por seus trabalhos com fotografia, artes plásticas e cenografia, Felipe Morozini logo que se formou trocou o bacharel de direito pela máquina fotográfica. Assim, começou a desenvolver editoriais para revistas e catálogos de moda.
Felipe sempre acreditou que existe arte nos gestos mais banais da vida. E é através do cotidiano comum, emoldurado pelas janelas de seu apartamento que se debruçam as paisagens da cidade de São Paulo, de onde saem a maioria de suas criações. Ali, onde tantas inspirações acontecem, é casa, estúdio, ponto de encontro, seu espaço livre.
Além de suas poéticas fotos, Felipe também lançou uma série de prints com frases criativas e marcantes. As frases foram impressas e deram vida à vários produtos de design e obras com tiragem limitada em parceria com algumas marcas. Uma delas foi a camiseta “Te Amo Mona” para a coleção Pride da El Cabriton, com parte da renda revertida para a Casa 1.
E, não poderíamos deixar de celebrar a arte de Felipe Morozini como autor da fachada de número 124, a de novembro! Vem ver a conversa que Carol Moré do FTCMag teve com ele, e saber um pouco mais sobre esse incrível artista!
ENTREVISTA FELIPE MOROZINI
Você é formado em Direito mas nunca exerceu. Como chegou até a fotografia?
Me formei em direito e logo entendi que não poderia trabalhar num país tão injusto sendo advogado. Foi orgânico minha passagem para a fotografia. Uma câmera veio até minha mão e eu nunca mais parei de fotografar.
Como é a sua rotina? Hoje você vive somente da arte?
Eu acordo, coloco sons de pássaros e vou cuidar de minha plantas. Só depois disso que abro meus emails e afazeres. Hoje eu vivo de minha arte sim, minhas imagens, minhas frases e meus pensamentos.
O que você tem lido, ouvido, visto, quais são suas referências preferidas no momento?
O último livro que li foi O ORANGOTANGO MARXISTA, do Marcelo Rubens Paiva.
Tenho ouvido muito a LIZZO, a CÉU, POLO & PAN e The Blaze.
Minhas referências vêm todas da natureza e suas formas, suas cores, seus cheiros.
O que é arte para você e como você definiria a sua arte?
Arte é aquilo que você vive. O ar que se respira. A visualização de coisas que não existem e materializá-las.
Minha arte é poesia. Símbolos e metáforas para nossos tempos. Para qualquer tempo.
Como surgiu a série de frases criativas que hoje fazem bastante sucesso?
Foi natural porque sinto tudo tão grande e tão forte, que algumas palavras me representam.
E o conjunto dessas palavras me salvam e podem salvar outras pessoas também. Na verdade, eu não posso salvar ninguém, apenas posso amá-las.
Você já havia pintado algum mural? Existe alguma dificuldade em expor a sua arte neste tipo de superfície?
Eu já tinha pintado diversos muros pela cidade, principalmente na Santa Cecília, bairro que vivo faz 20 anos. Não vejo dificuldades em expor nessa superfície. Na verdade ela se torna mais verdadeira quando está na rua, quando cria um diálogo, quando existe a possibilidade de um encontro.
Pode contar como é seu método de trabalho neste caso? Faz rascunho?
Eu sou intuitivo na rua. Sinto a energia do lugar e começo a escrever. Sem rascunho.
Na esquina da Rua Augusta, onde fica a loja, sempre acontecem várias coisas inusitadas. Enquanto você pintava a fachada, alguma cena te marcou?
Centenas de pessoas pararam para tirar foto. O entendimento de que as pessoas precisam falar e talvez eu fale por elas.
Se você pudesse pintar sua arte em qualquer muro do mundo, qual seria?
Nas empenas do Parque Minhocão, meu sonho. (O artista é Diretor da Associação Parque do Minhocão e luta há anos para que o local seja transformado em um parque elevado. Finalmente liberado, previsto para ser inaugurado até o final de 2020, a 1ª etapa cobrirá 900 metros da via entre os dois sentidos da Amaral Gurgel.)
Nós agradecemos imensamente o trampo e carinho em nossa fachada ❤
E pra quem curtiu, tem camiseta para os resistentes, em homenagem a nossa fachada do mês, disponível à venda online e na loja física! Foto por @ramoncio
Siga o artista:
https://www.instagram.com/felipemorozini/
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